O presidente russo, Vladimir Putin, fez recentemente declarações alarmantes que estão gerando apreensão em líderes e especialistas ao redor do mundo. Durante um pronunciamento, ele ameaçou utilizar um de seus mísseis mais avançados e poderosos, o Oreshnik, contra a Ucrânia. Segundo Putin, o impacto dessa arma seria catastrófico, transformando alvos estratégicos em “pó”. Entre os locais mencionados está a capital ucraniana, Kyiv, além de outras possíveis regiões ao redor do mundo.
Essa ameaça, que ecoou globalmente, levanta questões sobre os próximos capítulos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas por que Putin decidiu elevar o tom agora? E o que torna esse míssil hipersônico tão perigoso?
O que motivou a ameaça?
De acordo com Putin, a escalada verbal foi uma resposta direta ao uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos e outros aliados ocidentais à Ucrânia. Recentemente, os ucranianos utilizaram mísseis do tipo ATACMS em ataques que atingiram alvos em território russo, algo que Putin considera uma linha vermelha ultrapassada.
Para demonstrar sua disposição, a Rússia utilizou o Oreshnik em combate pela primeira vez na semana passada. O ataque ocorreu na cidade ucraniana de Dnipro, resultando em explosões que deixaram a região em caos por horas. Putin descreveu a ação como um “teste em condições reais de guerra”. Assista ao vídeo:
Especialistas avaliam que o objetivo principal do Kremlin com esse ataque não foi militar, mas estratégico: intimidar os países europeus e pressioná-los a buscar uma solução negociada que favoreça a Rússia.
O que é o míssil Oreshnik?
O Oreshnik é um míssil balístico de alcance intermediário, considerado um dos mais avançados do arsenal russo. Capaz de atingir velocidades superiores a Mach 10 (mais de 12.300 km/h), ele é quase impossível de ser interceptado pelos sistemas de defesa aérea atuais, como o Patriot, amplamente utilizado pela Ucrânia.
Além de sua velocidade, o míssil conta com seis ogivas independentes, que se separam durante o voo e seguem trajetórias distintas. Cada ogiva pode carregar submunições altamente destrutivas, capazes de causar danos significativos mesmo sem o uso de ogivas nucleares. Seu alcance de até 5.500 km coloca quase toda a Europa e partes dos Estados Unidos ao alcance, dependendo do ponto de lançamento.
Putin afirmou que a Rússia já iniciou a produção em série desses mísseis hipersônicos. Ele destacou que “não há contramedidas para tal míssil no mundo de hoje”, reforçando a ideia de que a Rússia está à frente na corrida tecnológica militar.
O impacto do Oreshnik no conflito
Apesar do poder destrutivo do Oreshnik, especialistas acreditam que seu uso no campo de batalha será limitado. De acordo com o ministro da Defesa do Reino Unido, a Rússia ainda possui apenas um pequeno número desses mísseis, e sua produção em série está em estágio inicial. Além disso, o alto custo de fabricação torna improvável seu uso em larga escala.
Para a Ucrânia, no entanto, a maior preocupação está na continuidade dos ataques contra sua infraestrutura crítica. Desde o início do conflito, a Rússia intensificou bombardeios que destruíram metade da capacidade energética do país, deixando milhões de ucranianos sem eletricidade durante um dos invernos mais rigorosos da história recente. Na última semana, mais de 90 mísseis e 100 drones foram utilizados em ataques contra diversas regiões ucranianas, demonstrando a estratégia russa de usar o inverno como uma arma para abalar a moral da população.
Donald Trump e a diplomacia em jogo
Em meio às tensões, Putin fez elogios ao recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamando-o de “inteligente e experiente” e sugerindo que ele poderia ser o líder ideal para negociar o fim da guerra. Trump, por sua vez, prometeu “resolver a guerra em um dia” caso os Estados Unidos reduzam o apoio militar à Ucrânia.
Para analistas, essa declaração reflete uma estratégia de Putin. Ele espera que, com Trump no poder, o Ocidente diminua a pressão sobre a Rússia, criando condições mais favoráveis para negociações. No entanto, críticos alertam que essa confiança pode ser exagerada, já que a política externa dos Estados Unidos enfrenta resistência interna e externa.
A guerra em um momento crítico
Embora o uso do Oreshnik possa ser interpretado como uma tentativa de intimidação, o impacto prático dessa arma no conflito ainda é incerto. O que está claro é que a escalada verbal e militar aumenta a imprevisibilidade da guerra, colocando o mundo em alerta.
Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta desafios crescentes para manter a resiliência de sua população e infraestrutura em meio aos ataques russos. A guerra, que já se arrasta há quase dois anos, continua a expor as fragilidades e tensões globais em um cenário cada vez mais complexo.
O míssil Oreshnik simboliza não apenas a evolução tecnológica no campo militar, mas também a intensificação de um conflito que parece longe de terminar. Apesar das ameaças de Putin, especialistas acreditam que essas ações são mais estratégicas do que práticas, com foco em pressionar o Ocidente e fortalecer sua posição na mesa de negociações.
Agora, a grande questão é: como o Ocidente responderá a essas provocações? E será que Donald Trump, ao assumir a presidência, conseguirá cumprir sua promessa de solucionar o conflito rapidamente? O mundo observa com preocupação os próximos passos dessa escalada.
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