Reconhecido como um dos pilares da defesa aérea de Israel, o sistema Domo de Ferro (Iron Dome) tem sido peça-chave na proteção do país contra ameaças externas desde 2011. Com mais de 5 mil interceptações registradas, ele é ativado principalmente em situações em que projéteis se dirigem a regiões densamente povoadas — justamente por conta de seu custo elevado.
O recente confronto entre Israel e Irã, intensificado na sexta-feira (13/06), colocou à prova mais uma vez a capacidade do sistema. Após uma ofensiva israelense contra instalações nucleares iranianas, Teerã respondeu com uma série de mísseis. A maior parte foi neutralizada antes de atingir o solo, embora alguns tenham escapado da interceptação e atingido áreas urbanas.
Esse não foi o único momento em que o sistema demonstrou sua importância. Em outubro de 2024, mísseis disparados pelo Irã contra Tel Aviv foram quase totalmente contidos pelo Domo de Ferro. E desde o início da guerra contra o Hamas, em outubro de 2023, ele também já atuou em ataques originados do Líbano, Síria, Iêmen, Iraque e Gaza.
Estrutura da defesa aérea israelense
O sistema de defesa de Israel é composto por três camadas complementares:
David’s Sling (Estilingue de Davi): atua na neutralização de ameaças de médio alcance, como mísseis de cruzeiro e drones.
Arrow: desenvolvido para interceptar mísseis balísticos de longo alcance.
Iron Dome (Domo de Ferro): especializado na interceptação de projéteis de curto alcance e foguetes.
O Domo de Ferro é composto por um radar de vigilância, um centro de comando e controle e baterias lançadoras. Assim que um projétil é detectado, o sistema analisa sua rota em segundos e determina se representa perigo. Se o alvo for uma área habitada, um míssil interceptador é lançado para detê-lo. O impacto não é direto: o interceptador explode próximo ao alvo, causando sua destruição com os estilhaços gerados.

Atualmente, existem 10 sistemas móveis em operação em Israel. Cada bateria comporta entre 3 e 4 lançadores, com capacidade de até 20 mísseis cada. Segundo a fabricante estatal Rafael Advanced Defence Systems, uma bateria pode proteger uma cidade de porte médio.
Taxa de sucesso e limitações
Com índice de acerto estimado em 90%, o Domo de Ferro é uma das defesas antimísseis mais eficazes do mundo. No entanto, seu uso é seletivo: devido ao alto custo de operação — entre 40 mil e 50 mil euros por míssil lançado — ele só é acionado quando há risco real para áreas civis. Para proteger todo o território israelense, seriam necessárias pelo menos 13 baterias estrategicamente posicionadas.
Iron Beam: a próxima geração
De olho em soluções mais acessíveis, o governo israelense pretende incorporar em breve o Iron Beam, um novo sistema de defesa baseado em feixes de laser de alta energia. Desenvolvido pela Rafael em parceria com a norte-americana Lockheed Martin, o sistema está previsto para entrar em operação a partir de 2025.
A tecnologia foi projetada para interceptar alvos como drones, morteiros e foguetes de pequeno porte — inclusive ataques em enxame. A vantagem? Um custo estimado de apenas 2 mil dólares por disparo e uma “munição” teoricamente ilimitada, já que se baseia em energia.
Enquanto o Domo de Ferro continua sendo o escudo principal contra ameaças imediatas, o Iron Beam promete ser a próxima peça do arsenal israelense para enfrentar os desafios do futuro — com menos custo e mais precisão.
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